domingo, 23 de agosto de 2015

Soneto do Amigo - Vinicius de Moraes

Soneto do Amigo 
Vinicius de Moraes 


Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado. 

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo. 

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano. 

O amigo: um ser que a vida não explica 
Que só se vai ao ver outro nascer 
E o espelho de minha alma multiplica... 



#Compartilhe:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

© 2025 Jovens Literários